O Islã prega a tolerância?

O Islã é uma religião fundamentada na convocação ao caminho de Deus com sabedoria, no diálogo com belas palavras e no debate da melhor forma possível.

"Convoca ao caminho do teu Senhor com sabedoria e boa exortação, e debate com eles da melhor maneira. Por certo, teu Senhor sabe melhor quem se desvia de Seu caminho, e Ele conhece melhor os guiados." (Alcorão, An-Nahl: 125).

Sendo o Alcorão o último dos livros sagrados e Muhammad o selo dos profetas, a legislação islâmica final abre espaço para todos no diálogo e na discussão sobre os fundamentos e princípios da religião. O princípio da "não coerção na religião" é garantido no Islã, sem obrigar ninguém a seguir a fé inata do Islã, desde que respeite os direitos dos outros e cumpra suas obrigações para com o estado, em troca de sua segurança e proteção.

Um exemplo disso é o Pacto de Umar, um documento histórico que o Califa Umar ibn al-Khattab (que Deus esteja satisfeito com ele) escreveu para os habitantes de Jerusalém (Aelia) quando os muçulmanos a conquistaram no ano 638 d.C., garantindo-lhes a segurança de suas vidas, propriedades e lugares de culto. Esse pacto é uma das mais importantes declarações na história de Jerusalém.

"Em nome de Deus, de Umar ibn al-Khattab para os habitantes de Aelia, eles estão seguros quanto às suas vidas, suas crianças, suas propriedades e suas igrejas, que não serão demolidas nem habitadas." (Ibn al-Batriq: A história compilada com verificação e autenticidade, vol. 2, pág. 147).

Enquanto o califa Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) ditava esse pacto, chegou a hora da oração, e o patriarca Sophronius o convidou para rezar na Igreja do Santo Sepulcro. Mas Umar recusou, dizendo: "Temo que, se eu orar aqui, os muçulmanos possam reivindicá-la, dizendo que o Comandante dos Crentes orou aqui." (História de Tabari e Mujir ad-Din al-Ulaymi al-Maqdisi).

O Islã respeita e cumpre pactos e tratados com não-muçulmanos, mas é firme com aqueles que os traem e rompem os acordos. O Alcorão proíbe os muçulmanos de se aliarem a esses traidores e impostores.

"Ó vós que credes! Não tomeis por aliados aqueles que zombam de vossa religião e a tomam por diversão, dentre os que receberam o Livro antes de vós e os descrentes. E temei a Deus, se sois crentes." (Alcorão, Al-Ma'idah: 57).

O Alcorão é claro e direto em mais de um ponto, ao proibir a aliança com aqueles que combatem os muçulmanos e os expulsam de suas terras.

"Deus não vos proíbe, quanto àqueles que não vos combateram por causa da religião, nem vos expulsaram de vossos lares, que sejais bondosos para com eles e equitativos para com eles. Por certo, Deus ama os equitativos. Deus vos proíbe, somente, quanto àqueles que vos combateram por causa da religião, e vos expulsaram de vossos lares e auxiliaram a vosso desterro, que vos alieis a eles. E quem se aliar a eles, esses serão os injustos." (Alcorão, Al-Mumtahina: 8-9).

O Alcorão elogia os monoteístas da comunidade de Moisés e de Cristo (paz esteja com eles) em seus tempos.

"Não são todos iguais. Dentre o povo do Livro há uma comunidade reta que, durante a noite, recita os versículos de Deus e se prostram. Eles creem em Deus e no Dia do Juízo, ordenam o que é justo, proíbem o que é condenável e se apressam em fazer o bem. Esses são os justos." (Alcorão, Ali 'Imran: 113-114).

"E, dentre o povo do Livro, há aqueles que creem em Deus e no que vos foi revelado, e no que lhes foi revelado, humilhando-se diante de Deus. Não trocam os versículos de Deus por um preço vil. Esses terão sua recompensa junto ao seu Senhor. Deus é rápido em ajustar contas." (Alcorão, Ali 'Imran: 199).

"Certamente, aqueles que creem, os judeus, os cristãos e os sabeus, quem crê em Deus e no Último Dia e faz o bem, esses terão sua recompensa junto ao seu Senhor. Não haverá temor sobre eles e eles não se entristecerão." (Alcorão, Al-Baqarah: 62).

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