Pode uma pessoa mudar a religião de seus pais e avós?

É direito do ser humano buscar conhecimento e explorar o universo, pois Deus nos dotou de intelecto para usá-lo, e não para deixá-lo inativo. Todo ser humano que segue a religião de seus pais sem reflexão, sem pensar ou analisar essa religião, é, sem dúvida, injusto consigo mesmo, desvalorizando a si próprio e menosprezando essa grande bênção que Deus lhe concedeu, que é o intelecto.

Quantos muçulmanos, nascidos em lares monoteístas, desviaram-se pelo politeísmo, e quantos nascidos em famílias politeístas ou cristãs que acreditam na Trindade rejeitaram essa crença e disseram: "Não há divindade além de Deus"?

A seguinte história simbólica ilustra esse ponto: uma esposa cozinhava um peixe para o marido, mas cortou a cabeça e o rabo antes de cozinhá-lo. Quando o marido perguntou por que ela fez isso, ela respondeu que sua mãe sempre cozinhava assim. O marido então perguntou à sogra por que ela cortava a cabeça e o rabo do peixe, e ela respondeu que sua mãe também fazia isso. Por fim, o marido perguntou à avó o motivo de cortar a cabeça e o rabo, e ela explicou que, na época, a panela da casa era pequena e precisava cortar para caber.

A verdade é que muitos dos eventos passados, que ocorreram em épocas anteriores, estavam condicionados ao seu próprio tempo e contexto, e talvez a história reflita isso. É um desastre humano viver fora do nosso tempo e imitar os outros sem pensar ou questionar, apesar das mudanças nas circunstâncias e nos tempos.

"Deus não muda a condição de um povo até que eles mudem o que está dentro de si mesmos" [Ar-Ra'd:11].